Tive uma adolescência tranquila, apesar de meus pais serem desviados, não cheguei a conhecer a igreja com eles, apenas como visitante esporádico com alguns familiares, claro que não me firmei e não me aprofundei, sempre fui um aluno dedicado na escola.

Na adolescência conheci um político local, meu pai era dono de uns dos bares mais frequentados na periferia onde moro, sendo assim logo fui convidado a trabalhar com este político, um tempo conheci aquela que seria a minha esposa, alguns anos depois veio o casamento e o crescimento profissional, recebia um bom salário e as vantagens e oportunidades eram muitas, o que sempre rendia dinheiro extra.

Logo comecei a beber, até então não bebia e não fumava, minha ideia de diversão era levar o casal de velhinhos (meus avós) para pescar, passar o final de semana na praia com meus pais e minha única irmã que também já tinha se casado, sempre viajávamos os seis juntos.

Bom aqui começa, bom salário, casamento feliz, posição, futuro na política, e fui apresentado a cocaína numa festa dos colegas de trabalho, no mesmo dia passei mal e me deram maconha dizendo que os efeitos da cocaína seriam aliviados pela maconha.

Então comecei uma descida que eu mesmo não entendo, logo estava traindo a minha esposa e passando as madrugadas na rua, me envolvendo com todo tipo de coisa ilícita e suja. Minha esposa ficou grávida, com poucos meses de gravidez me deixou, pois não aguentava mais, eu já estava num estagio avançado do vício, não ficava nem um dia sequer sem me drogar, foi aí que descobri o crack, pois o álcool, maconha e cocaína não faziam mais o efeito do inicio. Então eu que já percebia a minha descida brusca despenquei de vez, cheguei ao fundo do poço, e se não bastasse descobri que no fundo do poço tinha uma portinha que dava para o abismo.

Logo após a separação fui morar atrás de um bar de mulheres onde fazia festas que poucos tinham coragem de entrar tamanha era a depravação e degradação a quais nós nos submetíamos, então comecei a ficar doido, achava que era filho do diabo e não podia morrer, me envolvia em brigas com quatro, cinco e até seis homens, no inicio impunha respeito depois de um tempo, claro, comecei a apanhar muito.

Uma madrugada, andando na rua as três da manhã encontrei um amigo antigo, fomos juntos a uma casa de prostituição e ali tomando cerveja e planejando ir pra favela usar crack ele me convidou para um encontro chamado célula na casa dele, ele estava perdido mas a esposa era uma serva de Deus, fui até lá e aceitei Jesus naquele dia, mas, ainda não tinha entendido o que significava o que tinha feito, as coisas pioraram, pois eu mentia que ia pra igreja e ia me drogar, saia todos os dias para me prostituir e fazia tudo o que tinha vontade, logo comecei a me sentir depressivo e a vida já não tinha mais sentido pra mim, resolvi então que queria morrer, pedia aos amigos bandidos que atirassem em mim num matagal qualquer, dormia com prostitutas e toda espécie de gente perdida para ver se pegava aids, usava quantidades enormes de droga para ter overdose, nada, cheguei a várias vezes colocar uma pistola na cabeça, mas não consegui puxar o gatilho.

Quando pensei que não tinha mais jeito e que tudo estava acabado pra mim, que era só uma questão de tempo até eu morrer ou ser preso, por que tinha que vender drogas e armas para poder conseguir o dinheiro para as drogas, Deus colocou no caminho da minha mãe um homem de Deus chamado Oziel , cheio de unção de libertação, ele me procurou, e me levou a um retiro chamado encontro com Deus , então lá tive um encontro genuíno com Deus, de quinta para sexta-feira passei a noite na favela fumando crack, então na sexta fui para o encontro e voltei no Domingo transformado, ao ponto de que quando subi as escadas da minha casa, minha mãe me viu e chorou, tamanha foi a transformação, desde então fui curado pelo amor e misericórdia de Deus.

Meu casamento com a Vanusa foi restaurado depois de quase 3 anos de separação , hoje minha esposa que era de outra religião, se converteu, a anda ao meu lado nos caminhos do Senhor. Hoje somos pastores da Comunidade Alcance de Curitiba e temos 2 filhos.

Dou Glória a Deus por ter me libertado e me restaurado todos os dias da minha vida, hoje sirvo ao reino com alegria em meu coração.

Fiquem na Sombra do Altíssimo.

Anderson Cruz

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